Todo mundo já acordou “daquele” jeito. O azul do céu incomoda, o sol é inconveniente, o café tá mais aguado, o cabelo tá uma caca, aquela sua amiga recebeu uma promoção no serviço e você tá ralando inclusive finais de semana e nem um obrigada recebe. O vestido que você queria acabou justamente quando saiu o dinheiro daquele freela que você jurava que ia levar um calote. Pra piorar, o tempo fechou, choveu, você ficou toda molhada e o seu sapato abriu fazendo aquele jacaré maravilhoso. Desgraça é pouco e logo me vem à cabeça de eu não deveria sair da cama. Quem nunca?
Poxa, quem ler isso vai pensar: ah que exagero, sopra a nuvem cinza, pensa positivo, tem gente em situação bem pior que a sua… NÃO. Não dá pra achar que a situação vai melhorar, que eu não precisava daquele vestido e a chefe é uma ingrata. Todo mundo tem, até mesmo aquela pessoa insuportavelmente feliz as 7:00 da manhã na academia em plena segunda feira. Uns dias atrás eu dormi mal e a sensação foi a pior do mundo, não tinha nada bom e o dia custou a passar. E sinceramente quando detecto um dia ruim eu não faço muita coisa para muda-lo, eu apenas o vivo pois sei que é atípico.
Me lembro direitinho, um cara me chamou pra sair numa sexta e eu disse que não seria boa companhia. Dormi e acordei bem demais. O que eu entendi é não dá pra forçar nada bom nestes dias. Eu me isolo, evito decisões e respostas importantes e faço uma meia duzia de coisas que não faria habitualmente. Como algo gordinho (geralmente doce) e tomo um banho bem quente tostando a minha pele, passo o mesmo creme do corpo no rosto com a maquiagem mal tirada e visto meu pijama as 19:30 na sexta e curto um filme dramático. Choro, falo que o mundo é injusto, como mais chocolate… Quando necessário tomo um chá e até um remédio para ajudar a apagar. Faço tudo errado mesmo e não vou ocultar isso, minha vida não é perfeita e eu assumo as minhas “muletas” e falhas. Foi assim que aprendi a conviver melhor comigo.
No outro dia parece que “nada” aconteceu. E realmente nada demais aconteceu, só um dia ruim que eu pensei que nunca iria acabar. Um dia, uma semana do cão… Todo mundo tem e passa “vivinho da Silva” por isso tudo, mesmo que seja um quase nada. Ai vale sacar os sinais, contornar a situação e segurar a barra… São nestes dias de caos que eu penso minhas atitudes e dou pequenas pausas no automatismo que geralmente trazem “vícios” e minam energia boa, afinal parece que a vida fica em camera lenta, nem precisa pausar tanto…
Esperança de um dia melhor: sempre. Só não dá para desesperar.
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